'Personalidade violenta', 'foi para academia', 'quebrou braço da ex': veja frases do juiz que manteve prisão de suspeito de matar gari

  • 15/08/2025
(Foto: Reprodução)
Veja trechos da audiência de custódia do empresário suspeito de matar gari em BH Ao manter a prisão do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, suspeito do assassinato do gari Laudemir de Souza Fernandes, o juiz Leonardo Damasceno destacou a extrema gravidade do crime, o risco à sociedade e o histórico de violência do homem. O pedido de prisão preventiva foi feito pelo Ministério Público. A audiência de custódia ocorreu na manhã de quarta-feira (13), dois dias após o crime. No mesmo dia, o suspeito, que estava no Ceresp Gameleira, em Belo Horizonte, foi transferido para um presídio em Caeté, na Grande BH. Veja, abaixo, frases ditas pelo juiz durante audiência: 'Violento' e 'desequilibrado' O magistrado destacou que o crime ocorreu enquanto a vítima estava trabalhando na coleta de lixo, prestando um serviço público essencial. Segundo ele, o suspeito chegou ao local de forma desequilibrada e violenta, desceu do veículo, ameaçou os trabalhadores e apontou uma arma para a motorista do caminhão, dizendo que iria atirar no rosto dela. "As vítimas, sobretudo a vítima do homicídio, estavam lá trabalhando, prestando um serviço público essencial para a sociedade. E chega um cidadão querendo passar no local de forma desequilibrada e violenta, sai do veículo, ameaça dos trabalhadores, coloca a arma em direção a uma mulher, motorista do caminhão, falando que vai dar um tiro na cara dela." Renê Junior, preso por morte de gari, inclina cabeça para baixo ao ser informado que será mantida prisão após audiência de custódia Reprodução 'Quebrou braço da ex' Um outro fator de peso na decisão do magistrado foi o histórico de Renê com violência doméstica. O suspeito quebrou o braço da antiga companheira, segundo o juiz. Ele também tem histórico de agressões a outra companheira e de um atropelamento, que terminou com uma morte. "Ele responde a outra ação penal de lesão corporal grave. No caso em questão, o braço da vítima foi fraturado." 'Teve tempo' Ao justificar a decisão, o juiz Leonardo Damasceno destacou que o crime não foi cometido por impulso, mas com uma sequência de ações que indicam preparo e intenção. "Já sai com a arma em punho. Parece que o pente da arma caiu, de uma pistola semiautomática. Ele teve tempo de colocar o pente novamente, dar o golpe de manejo na arma, para jogar a munição para o gatilho, tocar na arma e, assim, efetuar os disparos", afirmou o juiz Leonardo Damasceno, da Central de Audiência de Custódia de Belo Horizonte. 'Periculosidade do agente' A Justiça também apontou que a forma como o crime foi cometido impossibilitou a defesa da vítima. "Chega um cidadão [...] querendo passar de forma desequilibrada e violenta, sai do veículo, ameaça trabalhadores que prestam serviço público, coloca arma em direção a uma mulher motorista de caminhão falando que daria um tiro na cara da trabalhadora. Não satisfeito, volta com arma em punho [...] e atira. Toda uma dinâmica que mostra a periculosidade do agente. É um homicídio qualificado, um crime hediondo", complementou. 'Comete um crime e vai treinar numa academia?' Ele apontou que Renê se sentiu confortável em ir treinar em academia após atirar e matar Laudemir. "Chama a atenção, ao que tudo indica, que ele foi pra academia... quer dizer, comete um crime e vai treinar numa academia? Situação que merece apuração sobre a personalidade do agente", afirmou o juiz Leonardo Damasceno, da Central de Audiência de Custódia de Belo Horizonte. 'Indícios de autoria suficientes' O magistrado também alegou haver elementos suficientes para manter a prisão, como "perseguição ininterrupta" da polícia, identificação do veículo e reconhecimento de testemunhas. Damasceno também afirmou que se trata de um crime hediondo, e que é necessário punição. "Indícios de autoria suficientes, várias testemunhas oculares do fato, que viram toda a ação criminosa, indicaram características físicas precisas do autor do delito, bem como características do veículo utilizado", concluiu o juiz. Empresário nega crime Durante a audiência, o empresário negou o crime, afirmou ter ido para o trabalho, passeado com o cachorro e seguido para a academia, onde foi preso. A defesa chegou a pedir o relaxamento da decisão, argumentando que não havia indícios suficientes para manter a determinação. Destacaram, também, que o acusado é réu primário, possui bons antecedentes e residência fixa. Além disso, a defesa de Renê pediu que o caso fosse colocado sob sigilo, mas a Justiça não atendeu à solicitação. RESUMO: O que se sabe sobre o caso IMAGEM: Câmera flagra momento em que gari baleado por empresário cai no chão em BH; VÍDEO Cronologia Laudemir Fernandes foi morto a tiros na manhã de segunda-feira após uma discussão de trânsito. Ele trabalhava na coleta de lixo quando, segundo testemunhas, o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior pediu que o caminhão fosse retirado da via, para que ele passasse. A mulher que dirigia o caminhão afirmou que tinha espaço suficiente para o carro passar. Renê teria se irritado e ameaçado atirar na motorista. Os garis tentaram intervir e pediram que ele se acalmasse. Renê, então, desceu do carro e atirou na direção dos garis, atingindo Laudemir. O crime aconteceu no encontro das ruas Jequitibá e Modestina de Souza, no bairro Vista Alegre, Região Oeste de Belo Horizonte. Horas depois, o empresário foi localizado em uma academia, no bairro Estoril, onde foi preso em flagrante. No momento da prisão, ele negou o crime. O suspeito, casado com a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, da Polícia Civil de Minas Gerais, foi levado para o Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Após o depoimento, ele foi transferido para o Ceresp Gameleira, na Região Oeste de Belo Horizonte. A Polícia foi até o endereço do casal, recolheu a arma que, segundo o boletim de ocorrência, resultou na morte do gari, e uma outra, ambas pertencentes à delegada. A delegada Ana Paula foi conduzida para a Corregedoria da Polícia Civil para prestar esclarecimentos e teve o celular apreendido. Ela não estava presente no momento do crime. A polícia investiga se houve negligência da parte da delegada na cautela da arma. Caso seja confirmado, caracteriza-se transgressão disciplinar. Segundo as investigações, o empresário Renê da Silva Nogueira Junior não possui registro de arma de fogo nem porte de arma. A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar a conduta da delegada, esposa do empresário, em torno dos crimes de omissão de cautela e prevaricação. Até o fim das investigações, ela segue no cargo. Renê da Silva Nogueira Júnior, que estava no Ceresp Gameleira, foi transferido para um presídio em Caeté, na Grande BH. Infográfico: Entenda caso de gari morto por empresário em BH g1 Renê da Silva Nogueira Júnior, empresário preso por atirar em gari em briga de trânsito Reprodução

FONTE: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2025/08/15/personalidade-violenta-foi-para-academia-quebrou-braco-da-ex-veja-frases-do-juiz-que-manteve-prisao-de-suspeito-de-matar-gari.ghtml


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